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Os vários passos do tratamento da diabetes tipo 2

Perante um diagnóstico de diabetes tipo 2 há várias opções de tratamento, dependendo das características da pessoa. Além disso, poderá ser necessário reajustar o tratamento com o tempo. Descubra os vários passos possíveis do tratamento da diabetes tipo 2.

Os principais objetivos do tratamento da diabetes tipo 2 são a prevenção e atraso das complicações relacionadas com a doença, assim como a manutenção de uma boa qualidade de vida. 

 

Para que tal seja possível, é necessário que os níveis de glicemia (açúcar no sangue) e outros fatores associados a um risco acrescido de desenvolver doença cardiovascular (pressão arterial alta, níveis elevados de colesterol no sangue, por exemplo) estejam controlados. Além disso, é necessário que o doente seja seguido regularmente por profissionais de saúde e seja incentivado a cuidar o melhor possível de si próprio.

 

A escolha da estratégia de tratamento deverá contemplar, entre outros aspetos:

 

  • As necessidades e circunstâncias individuais do doente;
  • O valor de glicemia que o médico considera que se deverá atingir;
  • As preferências do doente;
  • Outras doenças que possa apresentar em conjunto com a diabetes;
  • Outros medicamentos que possa estar a tomar.

Qual o primeiro passo no tratamento da diabetes tipo 2?

O uso de medicação oral deverá ser precedido e/ou acompanhado por algumas mudanças ao nível da alimentação e prática de exercício físico:

 

Alimentação

 

O doente com diabetes tipo 2 deverá seguir uma dieta equilibrada. O ideal será preferir fontes de hidratos de carbono com um teor elevado de fibras e um índice glicémico baixo. Exemplos de alimentos com baixo índice glicémico são alguns tipos de fruta, legumes e produtos integrais. A dieta poderá também contemplar o consumo de peixes gordos e de produtos lácteos com um teor de gordura baixo.

 

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Os vários passos do tratamento da diabetes tipo 2

Excesso de peso e obesidade

 

Em pessoas com diabetes e excesso de peso, será aconselhável perder peso. Apesar de perdas de peso mais significativas conduzirem a um melhor controlo da doença a longo prazo, qualquer perda de peso será benéfica.

 

Exercício físico

 

Recomenda-se a prática diária de exercício físico, ou pelo menos que não se deixe passar mais do que 2 dias entre sessões de treino. Idealmente, uma pessoa adulta com diabetes tipo 2 deverá realizar treino aeróbico e de resistência, para que obtenha benefícios no seu estado de saúde. 

 

Exercícios aeróbicos envolvem movimentos musculares repetidos e contínuos, como, por exemplo, andar, correr, pedalar ou nadar. Por outro lado, exercícios de resistência (força) incluem o uso de pesos livres, máquinas de pesos, uso do peso corporal ou de bandas de resistência com elásticos.

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A diabetes e o ginásio: os cuidados a ter

Medicação oral, o que devo saber?

A maioria das pessoas com diabetes tipo 2 precisam de medicamentos para controlar a doença. Estes têm como função reduzir os níveis de glicemia para valores considerados normais. É muito provável que sejam necessários por toda a vida.

 

Em regra geral, a metformina será o primeiro medicamento a ser usado. Se o doente não conseguir tolerar o tratamento, ou em casos em que a metformina não esteja indicada, outros tipos de medicamentos orais para o controlo da diabetes tipo 2 podem ser considerados como tratamento inicial.

 

Passados 3 meses, se mesmo após um aumento da dose de metformina e otimização da dieta e do exercício físico não for possível atingir os valores de glicemia recomendados, será considerada a adoção de um segundo medicamento. 

 

A escolha deste poderá depender de algumas características do doente:

 

  • Presença de doença aterosclerótica;
  • Insuficiência cardíaca ou doença renal;
  • Risco considerável de sofrer crises de hipoglicemia
  • Necessidade de minimizar o ganho de peso ou de promover a perda de peso;
  • Custo do próprio medicamento.

 

Algumas pessoas, apesar de seguirem a medicação de forma correta, continuam sem conseguir controlar a doença 3 a 6 meses após começarem a usar um segundo medicamento.

 

Nestes casos, será preciso adicionar um terceiro medicamento ao regime de tratamento. A escolha deste varia conforme o objetivo definido pelo médico ser reduzir o nível de glicemia de forma mais intensa ou menos intensa, optando-se por usar insulina ou um medicamento oral, respetivamente.

 

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Insulinoterapia: quando e como

Quando é recomendado o uso de insulina na diabetes tipo 2?

Muitas pessoas com diabetes tipo 2 podem eventualmente requerer e beneficiar do tratamento com insulina. A natureza progressiva da doença pode levar a que seja necessário intensificar o tratamento e recorrer à insulina para que os valores de glicemia permaneçam controlados.

 

Nos doentes que já estão a ser tratados com 2 ou 3 medicamentos e que continuam com valores elevados de HbA1c, poderá ser aconselhado pelo médico recorrer ao uso de insulina.

 

A insulina basal é o tipo de insulina mais conveniente para quem nunca usou este tipo de tratamento, e poderá ser associada à metformina e a outros tipos de medicamentos orais. Por vezes, alguns doentes requerem doses de insulina antes das refeições adicionalmente à insulina basal, a chamada insulina prandial.

 

Em determinados casos, no entanto, a insulina poderá ser usada logo inicialmente como tratamento da diabetes tipo 2:

 

  • Pessoas com sintomas marcados da doença (vontade frequente de urinar, sede excessiva, perda de peso) e/ou;
  •  níveis de glicemia altos e/ou;
  • Pessoas com valores elevados de HbA1c.

 

Se o estado do doente melhorar, o uso de insulina poderá ser reduzido, ou até mesmo suspenso, passando a recorrer-se apenas à medicação oral.

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Os vários passos do tratamento da diabetes tipo 2

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Referências
  • National Institute for Health and Care Excellence (NICE)

  • National Health System UK (NHS)

  • American Heart Association (AHA)

  • American Diabetes Association (ADA)

  • Direção-Geral de Saúde (DGS)

  • Colberg, et al. 2016

  • Davies, et al. 2018

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