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A diabetes e a disfunção erétil

Qual a relação entre a diabetes e a disfunção erétil? O que se sabe e o que pode fazer?

A diabetes tem vindo a ser associada à disfunção sexual tanto em homens como em mulheres. A disfunção erétil é a disfunção sexual masculina que mais se relaciona com a diabetes. As mudanças do estilo de vida, e, claro, o controlo da diabetes, estão associadas a resultados muitos positivos para a resolução do problema.

Da diabetes à disfunção erétil

Nos homens, a diabetes é considerada um fator de risco para a disfunção sexual: o risco do aumento de casos em homens diabéticos tem vindo a ser documentado em vários estudos, por comparação com outros homens não diabéticos.

 

Isto talvez seja fácil de imaginar, se pensarmos no efeito que sabemos que a diabetes tem em inúmeros órgãos do corpo humano, bem como os aspetos psicológicos da doença que têm vindo a ser descritos.

 

Uma das disfunções sexuais masculinas mais comuns é a disfunção erétil. Além disso, a diabetes parece provocar ainda problemas relacionado com a ejaculação e o desejo sexual.

 

Onde é maior a prevalência e o que acontece?

 

A disfunção erétil pode ser definida como a persistente incapacidade de atingir ou manter a ereção do pénis, com vista à relação sexual com penetração. Isto diminui muito a qualidade de vida dos homens, sendo uma disfunção muito prevalente e que aumenta com a idade.

 

De acordo com dados recentes, 1 a 10 % dos homens com menos de 40 anos sofre do problema, 2 a 9 % têm entre 40 e 49 anos, chega a tingir os 20 a 40 % em homens com 60 a 69 anos e pode mesmo afetar entre 50% a 100% dos homens com 70 ou mais anos. Serão quase 322 milhões de homens, em 2025.

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Quem tem mais diabetes: homens ou mulheres?

Esta percentagem quase que duplica nos homens com diabetes. Isto é assim em várias outras doenças cardiovasculares como a hipertensão e a síndrome metabólica.

 

Um método que facilmente deteta o problema consiste num inquérito padronizado feito em consulta. Este permite, sobretudo, avaliar o problema, devendo ser feito aos homens diabéticos a partir de determinada idade.

 

Porque é que isto acontece no doente diabético?

 

A hiperglicemia, ou seja, a quantidade excessiva de açúcar no sangue (glicose) está muito presente na diabetes. Não é ainda claro se este fator, responsável por exemplo por várias complicações vasculares (problemas nos vasos sanguíneos), participa no surgimento da disfunção sexual.

 

Mas sabemos, por exemplo, que no caso da disfunção erétil, são um conjunto de alterações vasculares, hormonais e neurológicas que causam o problema:

 

  • A neuropatia diabética, por exemplo, um conjunto de alterações neuronais causados pela doença, vai afetar terminações nervosas que são responsáveis pelas ereções.

 

  • Por outro lado, o relaxamento dos músculos numa zona do pénis, causado pelo excesso de glicose, também contribui para essa disfunção.

 

  • Além destas, novas evidências têm vindo a sugerir que homens diabéticos tenham um risco de diminuição dos níveis de testosterona. Níveis baixos desta importante hormona podem conduzir a uma diminuição no desejo sexual e, direta ou indiretamente, à disfunção erétil.

 

A prevenção é possível

 

Na disfunção erétil, está sempre adjacente a ideia de que é de que os doentes diabéticos têm muitas vezes outras condições clínicas associadas que são, comprovadamente, fatores de risco para a disfunção sexual: hipertensão, excesso de peso ou obesidade, síndrome metabólica, tabagismo e dislipidemia.

 

Por isso, a promoção de um estilo de vida mais saudável, com uma dieta equilibrada e exercício físico adequado, da mesma forma que beneficia de sobremaneira estes fatores de risco cardiovasculares junto de doentes de todas as idades, tem um efeito consequente na diminuição do risco de vir a desenvolver uma disfunção sexual.

 

Quebrar o tabu e saber quando agir

 

As disfunções sexuais impedem uma vida sexual satisfatória e gratificante. Ainda que complicadas, pense que hoje em dia há várias soluções que podem e devem ser discutidas com o seu médico no sentido de normalizar o problema e melhorar a sua qualidade de vida. Apesar de ser um assunto com uma grande carga psicológica associada, note que os números falam por si, mostrando nitidamente que não está sozinho no que toca a este problema!

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Referências
  • Lue TF, et al., 2017.

  • Maiorino MI, et al., 2014.

  • Associação para o Planeamento da Família

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