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A insulinorresistência explicada

Já ouvimos muitas vezes falar em resistência à insulina como um fator importante para vir a desenvolver diabetes. Afinal, o que é a insulinorresistência e porque é que acontece?

A insulina é uma hormona produzida pelo pâncreas, cuja principal função é permitir a entrada da glicose (açúcar) nas células do nosso corpo. Porque é que isso acontece? Porque as células possuem transportadores de glicose na sua membrana celular (a camada mais externa). Esses transportadores, graças à ação da insulina, levam a glicose do sangue para o interior das células, onde é utilizada para produzir energia. Há casos em que as células desenvolvem uma resistência à insulina, também conhecida por insulinorresistência. Mas porque acontece?

O que é a insulinorresistência?

A insulinorresistência é, como o próprio nome indica, uma resistência das células à ação da insulina. Ou seja, os transportadores de glicose não respondem à insulina que circula no sangue e a sua função não se realiza plenamente. Como resposta e porque o organismo continua a enviar sinais de que falta energia nas células, o pâncreas produz ainda mais insulina. Numa fase inicial, consegue compensar esta falha e os níveis de açúcar no sangue mantém-se em valores normais. No entanto, pode progredir, fazendo com que o organismo perca progressivamente a sensibilidade à insulina.

 

A insulinorresistência encontra-se muitas vezes ligada a uma condição chamada de síndrome metabólica (também conhecida como Síndrome X) que afeta cerca de 1/3 da população portuguesa, segundo a Fundação Portuguesa de Cardiologia. A síndrome metabólica consiste num conjunto de fatores que ocorrem frequentemente em simultâneo, ligados à obesidade abdominal, e incluem:

 

  • Perímetro abdominal aumentado (acima dos 102cm no homem e de 88cm na mulher);
  • Triglicéridos ≥ 150mg/dL;
  • Colesterol HDL ≤ 40mg/dL no homem e ≤ 50mg/dL na mulher;
  • Tensão arterial ≥ 135/85mmHg;
  • Glicémia em jejum ≥ 100mg/dL.

 

Caso estejam presntes 3 ou mais destes critérios, podemos dizer que estamos perante um caso de síndrome metabólica, que significa um risco cardiovascular aumentado.

Quais os fatores de risco para desenvolver insulinorresistência? Quais os sintomas?

Hoje em dia sabe-se que a insulinorresistência está intimamente ligada ao excesso de peso e obesidade, principalmente à obesidade abdominal. Dietas ricas em gordura, principalmente gorduras saturas e trans estão relacionadas com o desenvolvimento de resistência à insulina. Para além disso, o seu consumo excessivo aumenta o risco cardiovascular. Como principais fontes de gorduras saturadas e trans, as «más gorduras», temos: os queijos, os enchidos, as carnes gordas, os alimentos processados tais como pizzas, bolachas ou bolos.

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Outros fatores de risco para o desenvolvimento de resistência à insulina incluem a falta de exercício físico e o tabagismo. A insulinorresistência é, na maioria das vezes, silenciosa. No entanto, nos casos mais graves, pode ocorrer um escurecimento da pele causado pelo excesso de insulina, chamado acantose nigricans, mais comum nas axilas e pescoço.

Qual a relação da insulinorresistência com a diabetes?

O pâncreas, à medida que vai tentando compensar a resistência à insulina, aumentando a sua produção, vai-se desgastando a pouco e pouco. Isto significa que, com o passar do tempo, as células pancreáticas que produzem insulina (chamadas células beta), vão-se tornando menos eficazes e deixam de conseguir produzir os níveis necessários para que o açúcar não se acumule no sangue em valores acima do normal. Com os valores de açúcar no sangue a aumentar (hiperglicemia) progressivamente, podemos estar em risco de desenvolver diabetes tipo 2.

O que posso fazer para prevenir a insulinorresistência?

Para diminuir o risco cardiovascular, prevenir a insulinorresistência e, consequentemente, diminuir o risco de vir a desenvolver diabetes tipo 2, há hábitos que estão ao nosso alcance, como por exemplo:

 

  • Praticar exercício físico regular;
  • Controlar o peso;
  • Reduzir o perímetro e gordura abdominais;
  • Manter uma dieta saudável e equilibrada, baixa em gorduras e rica em vegetais e produtos não processados;
  • Deixar de fumar;
  • Manter hábitos de sono saudáveis: estudos já relacionaram poucas horas de sono com insulinorresistência.

 

É igualmente importante manter visitas regulares ao seu médico de família, que poderá aconselhá-lo relativamente aos tipos de exercício e à dieta que deve ter, bem como realizar uma vigilância dos níveis de açúcar do sangue, através de análises.

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A insulinorresistência explicada

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Referências
  • National Institute of Diabetes, Digestive and Kidney Diseases

  • National Health System UK (NHS)

  • Fundação Portuguesa de Cardiologia

  • ScienceDirect

  • HealthLine

  • Wilcox, G., 2005.

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