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Diabetes: da prevenção ao tratamento

Fique a saber o que é a diabetes, que tipos existem, em que casos e como pode preveni-la, assim como os principais sintomas e tratamentos.

Sabe o que é a diabetes? Em primeiro lugar, imagine uma máquina de engrenagem. Para que esta possa trabalhar devidamente, precisa de óleo, de modo a que as suas roldanas não fiquem paradas. Só que, por vezes, há falta de óleo para as fazer mover. Deste modo, como consequência, a máquina trabalha de uma forma mais morosa, podendo mesmo deixar de funcionar.  

 

De igual forma, o mesmo pode acontecer com o pâncreas (a nossa máquina de engrenagem). Assim, quando esta glândula deixa de produzir de forma suficiente insulina (o óleo), leva a que os açúcares provenientes da digestão e da transformação dos alimentos não sejam metabolizados, aumentando os níveis de glicose (açúcar) no sangue. 

 

Consequentemente, com a nossa máquina a «meio gás», ou parada, surge a diabetes mellitus. Trata-se de uma doença crónica que pode ser categorizada em diferentes tipos. Nalguns, nada pode ser feito para a evitar. Porém, noutros tipos, vai depender do nosso estilo de vida. 

 

Segundo o Relatório do Programa Nacional para a Diabetes 2017, em Portugal, estimava-se que a doença afetasse 13,3% da população entre os 20 e os 79 anos. Destes, como refere a mesma fonte, 44% desconheciam ter a doença. Por outro lado, no mundo, em 2017, cerca de 425 milhões de pessoas entre os 20 e os 79 anos viviam com ela. Mais ainda, de acordo com a Federação Internacional da Diabetes, em 2045 poderão ser 629 milhões. 

 

De seguida, explicamos tudo sobre esta doença, bem como os seus vários tipos. 

Por que surge a diabetes?

Tudo começa numa glândula do nosso organismo: o pâncreas. Esta glândula tem como missão primordial segregar enzimas que facilitem o processo digestivo e, igualmente, hormonas que ajudam a regular os níveis de açúcar no sangue — como a insulina. Assim, quando o pâncreas deixa de funcionar corretamente, surge a doença, uma vez que a insulina, que o corpo precisa para metabolizar o açúcar resultante da digestão e transformação dos alimentos, deixa de ser suficiente. 

Os diferentes tipos

O valor normal de glicose no sangue de uma pessoa saudável situa-se entre os 70 mg/dL e os 110 mg/dL. No entanto, quando, pelo contrário, estes valores rondam os 110 mg/dL e os 126 mg/ dL, estamos num cenário de pré-diabetes. Quando este último valor é ultrapassado, então podemos considerar ser um caso de diabetes, a qual se pode classificar de diferentes formas:

 

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Pré-diabetes: um sinal para reforçar a prevenção

 

Diabetes tipo 1: o que é

 

Também conhecida como Diabetes Insulino-Dependente, esta é a forma mais rara. Caracteriza-se pelo facto de as células do pâncreas deixarem de produzir insulina, uma vez que existe uma destruição maciça das células produtoras de insulina.

 

Origem

 

Por enquanto, a causa continua a ser desconhecida. Todavia, sabe-se, apenas, que «é o próprio sistema de defesa do organismo (sistema imunitário) da pessoa com diabetes que ataca e destrói as suas células», de acordo com a Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal (APDP).

 

Quem atinge

 

Afeta principalmente crianças ou jovens, apesar de também poder igualmente atingir adultos ou idosos. 

 

Diabetes tipo 2: o que é

 

É o tipo mais frequente e acontece devido a um desequilíbrio no metabolismo da insulina e está diretamente relacionada com hábitos de vida, incluindo de alimentação, menos saudáveis.

 

Origem

 

A diabetes tipo 2 acontece quando há um «défice de insulina e resistência à insulina». Ou seja, «é necessária uma maior quantidade de insulina para a mesma quantidade de glicose no sangue», explica também a APDP. 

 

Quem atinge

 

Afeta sobretudo pessoas sedentárias, obesas e com predisposição genética para esta doença.

 

Diabetes Gestacional: o que é

 

Trata-se do tipo que ocorre durante a gravidez, desaparecendo, geralmente, quando esta termina. Contudo, a APDP alerta: «Quase metade destas grávidas com diabetes virão a ser, mais tarde, pessoas com diabetes do tipo 2 se não forem tomadas medidas de prevenção». 

 

Quem atinge

 

Este tipo ocorre em cerca de uma em cada 20 grávidas. No entanto, se a doença não for detetada e a hiperglicemia corrigida, a gravidez pode complicar-se tanto para a mãe, como para a criança, podendo ocorrer abortos espontâneos.

 

Outros tipos de diabetes

 

Os principais tipos são o 1, o 2 e o gestacional. Porém, existem outros que não se enquadram em nenhuma das categorias anteriores, sendo muito pouco frequentes. Segundo a APDP, «são causados por alterações conhecidas como defeitos nas células betas, alterações na ação da insulina, doença do pâncreas, endocrinopatias diversas, entre outros»: 

 

  • Diabetes tipo LADA (Diabetes Autoimune Latente em Adultos);
  • Resistência Congénita ou Adquirida à Insulina;
  • Tipo MODY (Diabetes de Jovens com Início da Maturidade);
  • Insulinopatias – Diabetes Relacionado à Anormalidade da Insulina;
  • Diabetes Secundário ao Aumento da Função das Glândulas Endócrinas;
  • Diabetes Secundário a Doenças Pancreáticas;
  • Existe também a Diabetes Associada a Poliendocrinopatias Autoimunes.
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Os diferentes tipos de diabetes

Os principais sinais

A diabetes tipo 1 surge de forma súbita e repentina. Pelo contrário, os sintomas da diabetes tipo 2, ao início, podem ser tão discretos que podem passar despercebidos. Consequentemente, o diagnóstico acaba por ser tardio, mesmo quando a doença já existe há meses ou anos. 

 

Sintomas da diabetes tipo 1

 

  • Dores de cabeça, náuseas e vómitos;
  • Muita fome;
  • Emagrecimento rápido;
  • Fadiga e dores musculares;
  • Sede;
  • Vontade frequente de urinar.

 

Sintomas da diabetes tipo 2

 

  • Sede;
  • Diminuição da visão;
  • Mãos e pés dormentes;
  • Perda de peso;
  • Vontade frequente de urinar;
  • Cansaço;
  • Comichão intensa, especialmente na região genital;
  • Disfunções sexuais.

Que tratamentos existem?

Excetuando a diabetes gestacional (que, depois da gravidez, tende a desaparecer), a tipo 1 e a tipo 2 são doenças crónicas. Isto significa que apesar de não haver cura, existem tratamentos que podem controlar o seu estado.

 

Assim, quem sofre do tipo 1 da doença necessita de «terapêutica com insulina para toda a vida, já que o pâncreas deixa de a poder fabricar», esclarece a APDP. Por outro lado, no tipo 2, é possível, em alguns casos, controlar a doença através da mudança de hábitos de vida: adotar uma dieta com restrição calórica, bem como evitar o consumo de açúcares simples, perder peso e, igualmente, manter uma atividade física mais regular.

 

Porém, nem sempre estas medidas são suficientes. Assim, é por vezes necessário recorrer à toma de fármacos, como biguanidas, inibidores de DPP-4 e GLP 1, insulina, inibidores de alfa glucosidase, sulfonilureias e meglitinidas ou glitazonas.

 

Regras de ouro para prevenir a diabetes

Portugal é, de acordo com um relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), o país da Europa com a mais alta taxa de prevalência desta doença. Mas, enquanto a tipo 1 está associada a fatores hereditários, não podendo ser evitada, a tipo 2 deve-se afinal, e essencialmente, ao estilo de vida. Por isso, é essencial saber qual o estilo de vida mais adequado para prevenir este tipo de diabetes. Damos alguns conselhos de prevenção:

 

  • Pratique atividade física regularmente;
  • Prefira alimentos com alto teor de fibra, como fruta, vegetais, leguminosas, cereais integrais e nozes;
  • Tenha um peso saudável;
  • Opte por proteínas saudáveis, como carnes magras (frango ou peru), peixes gordos (salmão, sardinha ou atum) ou leguminosas (feijão, lentilhas, grão);
  • Evite alimentos ricos em gorduras e em açúcares simples, assim como o consumo excessivo de álcool;
  • Reduza igualmente o consumo de sal, ingerindo apenas 5 gramas de sal ou 2 gramas de sódio por dia.

As complicações da diabetes

Por fim, é essencial lembrar que esta doença não tem apenas consequências a nível do pâncreas, podendo igualmente originar vários tipos de complicações em todo o organismo. Segundo a APDP, de um modo geral, podemos dividir as complicações da diabetes em: 

 

  • Microvasculares (lesões dos vasos sanguíneos pequenos): retinopatia, nefropatia e neuropatia;
  • Macrovasculares (lesões dos vasos sanguíneos grandes): doença coronária, doença cerebral, doença arterial dos membros inferiores e hipertensão arterial;
  • Neuro, macro e microvasculares (incluem alterações de vasos sanguíneos pequenos, grandes e de nervos): pé diabético;
  • Outras complicações: disfunção sexual, infeções, entre outras.
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Referências
  • Revista pH

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