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História da diabetes: sintomas, causas e tratamentos em perspetiva

Já ouviu falar da diabetes, mas será que conhece a sua história?

Para começar a história da diabetes é preciso recuar milhares de anos. Existe evidência da identificação de sintomas consistentes com os sintomas hoje conhecidos de diabetes já nas sociedades egípcias de 1500 AC, onde é descrita uma síndrome caracterizada pela urinação frequente.

 

Cerca de 1000 anos depois, estudiosos indianos observavam a natureza doce da urina de alguns doentes, capaz de atrair formigas e outros insetos. A formulação do termo diabetes é atribuída ao estudioso Aretaeus da Capadócia que, no primeiro século DC, classificou a doença com esta palavra que significa «sifão» em Grego, porque as pessoas afetadas «passavam água como um sifão».

 

A era moderna da história da diabetes começa com a redescoberta da doçura da urina dos doentes diabéticos pelo médico londrino Thomas Willis, em 1675. Foi este médico que acrescentou o sufixo latino mellitus à palavra diabetes, cuja tradução literal é «doce como o mel». Aproximadamente um século depois, Mathew Dobson, médico de Liverpool, confirmou a presença de açúcar na urina e no sangue dos doentes diabéticos, sendo que em 1815 foi confirmado que o açúcar era realmente glicose.

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Os vários passos do tratamento da diabetes tipo 2

História da diabetes: tratamentos e descobertas científicas

Devido ao escasso conhecimento sobre a doença e as suas causas, os primeiros tratamentos contra a diabetes incluíam prescrições como óleo de rosas, amêndoas doces e flores frescas. Os médicos gregos prescreveram o exercício físico – de preferência a cavalo para aliviar a micção.

 

Mais tarde, na era pré-insulina, foi a vez da impopular restrição calórica – o médico alemão Bernard Mann trancava os doentes nos seus quartos durante vários meses para garantir o respeito das dietas – que permanece uma componente importante da gestão diabética. Curiosamente, desde 1600 e até finais de 1800, o ópio foi prescrito como um alívio dos sintomas originários, bem como de complicações tais como a gangrena.

 

Em 1869, o estudante de medicina alemão Paul Langerhans, na sua tese sobre a estrutura do pâncreas, identificou umas células que ficaram conhecidas como «ilhéus de Langerhans». Mas só 51 anos depois, em 1921, se viria a conhecer essa substância chamada de insulina, produzida pelo pâncreas.

 

Foi, sobretudo, depois de fazer estudos experimentais em cães que Joseph von Mering e Oskar Minkowski descobriram o papel do pâncreas na diabetes, em 1889l. Estes investigadores observaram que os cães que tinham sofrido uma remoção do pâncreas desenvolviam sintomas consistentes com os da doença diabetes mellitus.

1921: o ano em que tudo mudou na história da diabetes

Em 1921, os canadianos Banting, Mcleod e Best conseguiram identificar que a deficiência da insulina, produzida pelo pâncreas, estava relacionada com a diabetes. A identificação da insulina valeu aos académicos o Nobel da Medicina em 1923.

 

E, entre os investigadores, Banting recusou patentear a insulina, escolhendo partilhar essa nova terapêutica livremente. Enfim, a grande contribuição de Banting foi globalmente reconhecida, tendo o seu aniversário (14 de novembro) sido declarado como o Dia Mundial da Diabetes.

 

Desde 1922, a insulina era produzida comercialmente a partir dos pâncreas de bovinos e suínos. No entanto, seria preciso esperar até 1980 para alcançarmos a produção de insulina de origem humana, seguida pela produção de uma insulina bio sintética em 1983.

 

Por fim, a invenção, mais ou menos contemporânea, do primeiro sistema de administração sem agulha em 1979. Ou seja,  surgiu a possibilidade de uma gestão da terapêutica simples, domiciliária e relativamente livre de dor, abrindo caminho para o autocuidado na gestão da doença.

 

Hoje, somos cada vez mais capazes de compreender a diabetes e de enfrentar as suas complicações. Em suma, depois de milhares de anos, esta doença continua ainda investigada para possamos, talvez, vir a ter tratamentos personalizados e mais qualidade de vida.

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Referências
  • Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia

  • Ahmed AM, 2002.

  • Lakhtakia R, 2013.

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