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O que é o coma diabético?

O coma diabético é uma complicação grave, mas rara, da diabetes. Apesar disso, é importante sabermos do que se trata e como podemos evitar. Hoje vamos falar um bocadinho sobre ele.

O coma diabético é uma emergência médica na qual o funcionamento do cérebro e o estado de consciência são afetados. O coma diabético é, como o nome indica, característico da diabetes e ocorre quer como consequência de níveis demasiado altos de açúcar no sangue (hiperglicemia) como de níveis muito baixos (hipoglicemia). Em ambas as situações, o fator tempo é muito importante: são as alterações do açúcar que não são corrigidas atempadamente que acabam por culminar em estado de coma. É uma complicação rara, mas é importante estarmos conscientes da sua existência e o que devemos fazer para prevenir.

Tipos de coma diabético

O coma diabético pode ser precedido de 3 situações:

 

1. Hipoglicémia grave

 

A hipoglicémia pode ocorrer, normalmente, em situações como:

 

  • Toma incorreta da insulina ou do uso indevido de certos antidiabéticos orais;
  • Exercício físico excessivo sem suporte alimentar adequado;
  • Jejum prolongado;
  • Abuso do consumo de álcool.

 

Sintomas como visão turva, desequilíbrio, náusea, fome excessiva, tremores, suores, palidez ou palpitações, por exemplo, são sugestivos de uma hipoglicemia. E, quando há uma suspeita de hipoglicemia, devem ser verificados de imediato os níveis do açúcar do sangue recorrendo à medicação da glicemia capilar. Níveis inferiores a 70mg/dL são considerados abaixo do normal.

 

Lembre-se: todas as hipoglicemias devem ser corrigidas. Isto porque a falta de açúcar prolongada no tempo pode afetar o sistema nervoso central e evoluir para confusão mental, desmaios, convulsões e, finalmente, coma hipoglicémico.

 

2. Cetoacidose diabética

 

A cetoacidose diabética é um estado de hiperglicemia excessiva (ou seja, níveis muito altos de açúcar no sangue) e mais frequente nas pessoas com diabetes tipo 1. Quando não existe insulina em circulação e as células não conseguem utilizar a glicose para produzir energia. Ou seja, têm de recorrer a outros elementos da dieta, nomeadamente as gorduras. Ao quebrar as gorduras para produzir energia, vão produzir corpos cetónicos. Também chamados de cetonas, tornam o sangue mais ácido e são tóxicos para o nosso organismo. Em excesso, podem causar cetoacidose diabética.

 

Os sinais de cetoacidose diabética incluem, por exemplo, sede excessiva, urinar demasiado, hiperglicemia e presença de cetonas na urina. Vómitos, tonturas, dificuldade em respirar, hálito frutado e confusão são sintomas mais tardios. Se não for tratada, a cetoacidose diabética pode evoluir para coma diabético.

 

3. Hiperglicemia hiperosmolar (sem cetoacidose)

 

A hiperglicemia hiperosmolar é, tal como a cetoacidose diabética, um estado de hiperglicemia excessiva. No entanto, ao contrário da cetoacidose diabética, ocorre com mais frequência na diabetes tipo 2 e a insulina em circulação (que é pouco eficaz) impede uma formação significativa de corpos cetónicos.

 

Isto acontece quando, ao longo de dias e semanas, existe uma acumulação excessiva de açúcar no sangue, acaba por ocorrer desidratação grave que, junto com confusão, são os principais sintomas. E, tal como a cetoacidose diabética, pode evoluir para coma diabético se não for tratada antecipadamente.

Tratamento e prognóstico

Todos os comas diabéticos são uma emergência médica e potencialmente reversíveis com tratamento da causa respetiva. Assim sendo, a primeira coisa a fazer é contactar o INEM (112) para que a pessoa afetada obtenha ajuda médica de imediato.

 

Falando em tratamentos específicos, no caso de uma hipoglicemia grave já com alterações da consciência, a pessoa em causa deve ser posta em posição lateral de segurança e a correção da hipoglicemia deve ser feita imediatamente. No caso em que a pessoa está inconsciente, deve ser colocado açúcar no interior da bochecha e administrada uma injeção de glucagon, uma hormona que funciona como o oposto da insulina. Por outro lado, no caso da cetoacidose diabética ou da hiperglicemia hiperosmolar, o tratamento é a nível hospitalar, com hidratação intravenosa com soro e insulina.

 

Para evitar complicações, quer da hipo ou hiperglicemia deve ser mantido o controlo dos valores da glicemia. Assim sendo, sempre que haja alterações, deve corrigi-las precocemente. O controlo glicémico adequado é, assim, a chave para evitar complicações na diabetes.

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Porque o consumo de álcool provoca hipoglicemia

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Referências
  • Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal (APDP)

  • American Diabetes Association (ADA)

  • Dynamed

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